sábado, 14 de fevereiro de 2009

Eles ainda andam por aí...

25 de Abril de 1974. Eu era então aluno da extinta escola primária de Algodeia em Setúbal , cidade onde os meus pais ( minha mãe professora do ensino preparatório à época a leccionar em Palmela e o meu pai um pequeno proprietário agrícola do Ribatejo) se haviam radicado uns anos antes.
As minhas recordações desse dia e dos meses que se seguiram estão bem vivas na minha memória.
Recordo-me vivamente de ver os meus pais festejar alegremente a liberdade e saudar os militares que a devolveram.
Recordo-me de os ver sentados na pequena sala da nossa casa a aplaudir veementemente os discursos de liberdade transmitidos na TV a preto e branco.
Contavam-me , emocionados , que agora o povo era livre.
Mas eis que chegaram os Fernandos Manueis…
Os Fernandos Manueis eram hordas de homens sisudos vestidos à civil , de G3 em punho e braçadeira ostentando a foice e o martelo.
Recordo-me vivamente das duas vezes em que os Fernandos Manueis nos entraram pela casa à dentro depois de jantar , aos gritos furibundos , revirando tudo à procura de algo que nos pudesse associar «aos reaccionários fascistas» , ameaçando que da próxima vez que voltassem era para nos tirar tudo.
Recordo-me das inúmeras vezes que os Fernandos Manueis , ostentando a foice e o martelo nos seus braços , obrigaram a minha mãe a parar o carro quando me levava para a escola. Obrigavam-nos a sair. Os Fernandos Manueis revistavam o carro e a minha mãe . Invariavelmente despejavam-lha a mala espalhando tudo pelo chão , chamando-a de fascista e reaccionária quando deparavam com uma simples caixa de pó de arroz ou com um baton para os lábios.
Recordo-me dos Fernandos Manueis em histeria quando um deles deparou com uma espingarda de fulminantes que me haviam oferecido e que estava na bagagem do carro dos meus pais.
Lembro-me dos os ver aos urros gritando «armas» , «armas» e de ver o meu pai a gritar «é de brincar senhores..é de brincar senhores.»
Como tudo que passa a ser rotina acabámos por nos habituar aos Fernandos Manueis de foice e martelo num braço e G3 no outro.
Recordo-me como se fosse hoje de ver um dos Fernandos Manueis , de braçadeira com a foice e o martelo num braço e uma bandeira verde e encarnada na mão. Era a bandeira nacional em que a esfera armilar fora substituída pela foice e martelo. Estava na Praça do Bocage com a minha mãe. Os Fernandos Manueis queriam hasteá-la nos Paços do Concelho em vez da bandeira nacional. Anos mais tarde percebi que aquele dia tinha sido o 11 de Março de 1975.
Os meses passaram e os Fernandos Manueis foram desaparecendo. Julgava-os extintos.
Mas não. Eis que ressurgem de um passado longínquo , com toda a fúria , destilando ódio , entre insultos e acusações ao autor do Alcochetanidades e aos seus textos.
Afinal eles ainda andam por aí...

Uma mentira de ...SEIS MILHOES DE EUROS

SEIS MILHÕES DE EUROS.

É verdade! Já fizemos as contas.

Foram SEIS MILHÕES de Euros que Alcochete perdeu por falta de qualidade dos projectos apresentados pela Câmara Municipal de Alcochete aos fundos comunitários do QREN.

Alguns deles nem sequer conseguiram ser aprovados à segunda tentativa. Continuavam a não ter qualidade e a não cumprir requisitos legais.

Lembram-se daquilo que o Presidente da Câmara Municipal e a CDU andaram a dizer aos Alcochetanos sobre as razões da reprovação das candidaturas da Câmara a esses dinheiros?

Eu avivo a memória. Era uma perseguição contra Alcochete dizia Luis Franco (Dr.) e a CDU. Queriam fazer mal a Alcochete diziam eles.
Nunca explicaram aos Alcochetanos A VERDADE sobre o chumbo dos projectos. Pois não. Afinal não lhes interessava.

Uma incompetência MUITA CARA para o concelho e uma mentira do tamanho de seis milhões de euros!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

INCOMPETÊNCIA QUE CUSTOU MILHÕES AO CONCELHO

A reprovação das candidaturas da CMA aos financiamentos comunitários no âmbito do QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional traduziu a perda de uma oportunidade de alguns milhões de euros reverterem a favor do desenvolvimento de Alcochete.
Logo que se tomou conhecimento desses indeferimentos , o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Alcochete veio a público lançar uma «cortina de fumo» sobre as verdadeiras razões que estiveram na origem de um falhanço que prejudicou Alcochete em largos milhões de Euros , facto que denunciei vivamente no Praia dos Moinhos e que me levou a reflectir sobre o papel do eleitorado em 2009:

Por muito que o PSD de Alcochete e eu próprio no Praia dos Moinhos tentassemos arrancar através da comunicação social local uma explicação válida para um facto tão prejudicial ao futuro do concelho , tudo o que obtivemos da CMA foi a afirmação de que se tratou de uma cabala do Governo central contra Alcochete ,e uma onda de insultos e acusações infames por parte de elementos do PC de Alcochete que periodicamente escrevem no Jornal de Alcochete , e que mereceram a minha resposta no Praia dos Moinhos:

Depois de muita insistência , o PSD de Alcochete conseguiu obter a documentação oficial que comprova as verdadeiras razões desse falhanço , e que agora partilho com os visitantes do Alcochetanidades.

As mesmas traduzem de forma evidente , objectiva e indiscutivel o fruto de um mandato desastroso e incompetente que deve merecer a reflexão de todos. Tal constatação é agravada pelo facto de alguns desses projectos terem sido até reprovados à segunda tentativa.

Afinal foi por força dessa incompetência que Alcochete perdeu milhões de euros em fundos que tanta falta faziam ao concelho.

-Plano Intermunicipal de defesa da Floresta Contra Incêndios
Não aceite por não reunir as condições legalmente exigidas. Não reúne os requisitos no Regulamento Específico . Os beneficiários foram notificados para se pronunciar, nos termos previstos na lei. Decorrido o prazo de audiência prévia, os beneficiários não se manifestaram ou apresentaram quaisquer alegações, mantendo-se assim o teor do parecer técnico.

- Requalificação da Orla Ribeirinha – Av.D.Manuel I
Não aprovação por não atingir os valores mínimos de mérito exigidos.
A candidatura não dá resposta a:
1-diagnóstico prospectivo da área de intervenção e sua contextualização na visão estratégica de desenvolvimento da cidade.
2- uma estratégia integrada de desenvolvimento, com definição de objectivos e prioridades
3- a fixação de metas de realização e de resultados
4- o modo de organização da parceria local e a estrutura de implementação do Programa de Acção
Para um processo de parceria local, é de supor que exista uma dinâmica de cooperação entre vários actores que, no entanto, não se traduziu num protocolo de parceria, o qual se limita a dois
Parceiros: Câmara Municipal e Administração do Porto de Lisboa
Os projectos para que se pede financiamento estão insuficientemente descritos e traduzem-se em:
- remodelação e ampliação do jardim do Barão Samora Correia
- e a substituição da muralha antiga por uma nova que se estenderá 10 a 15 metros para dentro do Rio.
Não está demonstrado o potencial deste projecto para um salto significativo da zona, em termos de dinâmicas de desenvolvimento coeso e sustentável

. Ampliação da Escola Básica/Jardim Infância Restauração (Aviso 1)
Não aprovação por não atingir os valores mínimos de mérito exigidos.
. A Construção do espaço polivalente necessário a esta ampliação mereceu a pontuação mais baixa de 1
. Os projectos de desenvolvimento de investimentos que contribuam para a eficiência energética dos estabelecimentos, apenas respeita os mínimos regulamentares obtendo a pontuação 1
. Ampliação da Escola Básica/Jardim Infância Restauração (Aviso 2)
Não aprovação por não atingir os valores mínimos de mérito exigidos.
. A Construção do espaço polivalente necessário a esta ampliação mereceu a pontuação mais baixa de 1
. Os projectos de desenvolvimento de investimentos que contribuam para a eficiência energética dos estabelecimentos, apenas respeita os mínimos regulamentares obtendo a pontuação 1

. Construção do Centro Escolar da Quebrada (aviso 1)
Não aprovação por não atingir os valores mínimos de mérito exigidos. (pontuação 3)
- Critério B- A operação não dispõem de projecto técnico de execução, encontrando-se à data da candidatura a decorrer o procedimento por consulta prévia. .(pontuação 1)
- Critério C - a utilização de energias alternativas não foram evidenciadas na candidatura. (pontuação 1)

. Construção do Centro Escolar da Quebrada (aviso 2)
Não aprovação por não atingir os valores mínimos de mérito exigidos. (pontuação 3)
- Critério B - A operação não dispõem de projecto técnico de execução, encontrando-se à data da candidatura a decorrer o procedimento por consulta prévia. (pontuação 1)
- Critério C - o projecto não contempla soluções construtivas que favorecem as energias passivas, mas prevê a instalação de painéis solares e de módulos fotovoltaicos a que se atribui a pontuação 2

. Construção do Centro Escolar de São Francisco (aviso 1)
Não aprovação por não atingir os valores mínimos de mérito exigidos. (pontuação 3)
- Critério B- A operação não dispõem de projecto técnico de execução, encontrando-se à data da candidatura a decorrer o procedimento por consulta prévia. (pontuação 1)
-Critério C - a utilização de energias alternativas não foram evidenciadas na candidatura. (pontuação 1)

. Construção do Centro Escolar de São Francisco (aviso 2)
Não aprovação por não atingir os valores mínimos de mérito exigidos. (pontuação 3)
- Critério B - A operação não dispõem de projecto técnico de execução, encontrando-se à data da candidatura a decorrer o procedimento por consulta prévia.
- Critério C - projecto não contempla soluções construtivas que favorecem as energias passivas, mas prevê a instalação de painéis solares e de módulos fotovoltaicos a que se atribui a pontuação 2

Mais palavras para quê alcochetanos?

É a prova da incompetência da CMA no papel!

Uma inteligência proporcional à obra camarária

“O jogo de xadrez exige inteligência e o mesmo ocorre na política, onde os menos inteligentes não se destacam e por isso não passam de meros figurantes”
“Temos [na política] jogadores despreparados, sem inteligência política, sem capacidade de previsão das jogadas, sem conhecimento das regras do jogo e sem história política, em suma, peões pretos que, arrogantemente, se arvoram em líderes políticos e se esquecendo da limitação dos seus movimentos, tentam, sem sucesso, dar um cheque mate no 'rei'.
Sérgio Boechat (advogado e consultor político).
É com estas citações do politólogo brasileiro Boechat que Paula Pereira , deputada municipal do PCP de Alcochete , inicia e termina a sua peça jornalística publicada na edição de ontem (11.02.2009) do Jornal de Alcochete , e cujo link aqui deixo para quem quiser sorrir um bocadinho…
http://www.jornaldealcochete.com/content/view/1496/87/

Resumindo , nós (os do PSD) somos os desprovidos de «inteligência política» , os «meros figurantes» , os «peões pretos» arrogantes , que queremos dar o xeque mate no «Rei» (o Presidente da Câmara).
Pelo meio a deputada municipal comunista faz a inventariação da obra camarária nos últimos quatro anos, obra que entre a colocação de toldos e repavimentação de ruas , não ocupa mais de um parágrafo…

O trabalho realizado num mandato de quatro anos resume-se num parágrafo…

Para agravar este cenário confrangedor , constata-se ainda que depois de quatro anos de mandato ainda não se concluiu a Variante Urbana , e a bem da verdade impõe-se também relembrar que a construção do Pavilhão Gimnodesportivo da Escola EB 2, 3 El Rei D. Manuel I foi iniciada no mandato anterior , e que a obra do parque infantil do Rossio se traduziu apenas na substituição dos equipamentos.
Com excepção da Biblioteca Municipal e da parte concluída da Variante , na quase totalidade dos concelhos deste país , as restantes obras inventariadas pela deputada municipal comunista Paula Pereira são realizadas pelas Juntas de Freguesia , assumindo as Câmaras Municipais os investimentos e obras de interesse estratégico para o concelho , os designados «investimentos âncora».

Será então que perante tudo isto me devo sentir esmagado pelo facto da deputada municipal comunista Paula Pereira achar que sou menos inteligente por ser de um partido que tem feito oposição activa e por ter algumas ideias para Alcochete?
Talvez não , até porque tenho algumas dúvidas que a minha inteligência seja inferior à de quem acha que não há argumentos contra a obra realizada pela CMA nos últimos quatro anos…
Talvez não , pelas razões que já conheço que estiveram na base da reprovação da quase totalidade dos projectos de candidatura da CMA aos fundos comunitários no âmbito do QREN , razões oportunamente partilharei com os visitantes do Alcochetanidades.
Definitivamente NÃO quando me recordo que foi esta mesma deputada municipal que na sessão ordinária da Assembleia Municipal de Alcochete de 23 de Abril de 2008 ditou para a Acta a seguinte declaração de voto relativamente a uma Proposta de Moção apresentada pela bancada socialista intitulada «Por Um Tibete Livre» , moção reprovada com os votos contra do PC:

Paula Pereira: Votou contra (a moção), no entanto também defende um Tibete livre.

Dá para compreender esta declaração de voto? Claro que não. Nem sequer é para compreender. Afinal é uma declaração de voto tipica das inteligências superiores que governam a autarquia.

Que me perdoe o Sérgio Boechat mas inclino-me mais para Antoine de Sainte-Exupery quando afirmou:

«É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência.»

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Alcochete Concelho de Inovação e Desenvolvimento - Terceiro Pilar Estratégico para o Desenvolvimento de Alcochete

Depois de alguma intervenção politica que se impunha fazer na sequência das últimas intervenções públicas do Sr.Presidente da Câmara , que assumiu já uma postura demagógica própria de quem está em campanha eleitoral , retomo o tema que vinha desenvolvendo sobre os vectores ou pilares de qualquer plano de desenvolvimento estratégico para Alcochete (PEDA).
Tornou-se evidente que o Sr. Presidente da Câmara optou já por um discurso pré-eleitoral de auto elogio que nada define ou esclarece , ficando sem se saber qual o sentido exacto das propostas que atira para o ar de forma generalista e pouco precisa , revelando que a intenção é mais confundir do que esclarecer, em que as ideias são substituídas pela retórica e pela prática «charmosa» e simpática da sedução demagógica.
Pelo contrário , o Alcochetanidades privilegia a partilha de ideias e propostas concretas , sem ambiguidades.
Nesta caso ideias sobre um instrumento de governação local essencial que é o PEDA , cujos contornos venho já apresentando desde meados de 2007 nos diversos textos que publiquei no Praia dos Moinhos , que deveria ter sido elaborado no inicio do mandato , e que o actual Presidente da Câmara se propõe agora elaborar e aprovar nos últimos meses do seu mandato.
Relembro que a propósito do PEDA defini cinco vectores fundamentais , mais concretamente:
1º Vector que apelidei de - Alcochete Concelho Amigo do Ambiente
2º Vector que apelidei de Alcochete Concelho Solidário e Seguro.
3º Vector que apelidei de Alcochete Concelho de Inovação e Desenvolvimento.
4º Vector que apelidei de Alcochete Concelho de Boas Práticas Governativas e Participação.
5º Vector que apelidei de de Alcochete Concelho de Urbanismo Sustentável .
Depois de ter abordado os dois primeiros vectores* , passo então a apresentar o terceiro pilar a ter em conta em qualquer iniciativa no sentido de elaborar um PEDA e que apelido de - Alcochete Concelho de Inovação e Desenvolvimento -
Relembrando o que disse anteriormente , o sistema económico é um dos grandes suportes da qualidade de vida das populações , criando empregos , gerando riqueza e aumentando a qualidade dos serviços prestados à população.
A escolha deste vector ou pilar do PEDA surge na sequência da reflexão que partilhei com os visitantes do Praia dos Moinhos num texto ali publicado em 14.10.2007 que intitulei «O PDM da oportunidade perdida» e que podem consultar no seguinte link:
http://praiadosmoinhos.blogspot.com/2007/10/o-pdm-da-oportunidade-perdida.html
Como acções prioritárias a desenvolver no âmbito deste vector destaco:
- Procurar a excelência nas Infra-estruturas e Equipamentos de Apoio às Actividades Produtivas , sobretudo do sector terciário.
- Criar em Alcochete um organismo multiparticipado para a Inovação e Formação;
- Banalização das novas tecnologias de informação.
- Criar um Gabinete para promover e facilitar a instalação de empresas relevantes para o desenvolvimento de Alcochete.
- Promover iniciativas empresariais jovens.
Nos textos seguintes aprofundarei cada uma destas acções.
Para já o que importa reter é que enquanto uns se vangloriam do que não fizeram , outros reflectem e trabalham árduamente no sentido da apresentação de propostas válidas e úteis para o desenvolvimento do concelho , mesmo que o façam com a certeza de que há risco das mesmas serem copiadas pelo Sr. Presidente da Câmara ( como aconteceu no caso do PEDA) , e sobretudo sabendo de antemão que este esforço não implica mais votos nas urnas em função daquilo que referi no texto aqui publicado « Teoria versus realidade…diferentes formas de ganhar eleições.»
http://alcochetanidades.blogspot.com/2009/02/teoria-versus-realidadediferentes.html

*
http://alcochetanidades.blogspot.com/2009/01/alcochete-concelho-solidario-e-seguro.html
http://alcochetanidades.blogspot.com/2009/01/segundo-vector-estratgico-do-peda.html
http://alcochetanidades.blogspot.com/2009/01/concretizao-do-pilar-estratgico.html
http://alcochetanidades.blogspot.com/2009/01/o-mega-parque-de-alcochete.html
http://alcochetanidades.blogspot.com/2009/01/alcochete-vila-amiga-do-ambiente.html
http://alcochetanidades.blogspot.com/2009/01/pilares-estratgicos-do-desenvolvimento.html