sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Teoria versus Realidade...diferentes formas de ganhar eleições

Na sequência da previsão feita por José Carvalho , visitante do Alcochetanidades , de que o PSD terá em Alcochete um resultado eleitoral pior do que o verificado nas últimas duas eleições autárquicas , previsão feita num comentário ao texto anterior intitulado «Imitação Barata» , não resisto a partilhar com os demais visitantes do blogue uma reflexão pessoal sobre a seguinte pergunta.
Qual o significado de uma eleição autárquica?
Na minha perspectiva pessoal , e em teoria , as eleições autárquicas deviam representar o momento solene em que os munícipes olham criticamente o trabalho feito pelos autarcas no poder ou a falta dele , o momento em avaliam ideias novas e sérias para o desenvolvimento do Concelho , o tempo em que os munícipes se emancipam e participam conscientemente na definição do futuro do Concelho , votando de forma consciente no sentido de penalizar quem não cumpriu e de valorizar quem melhores ideias e soluções apresenta para a resolução dos problemas locais.
Ou seja , e reitero , em teoria, é o momento em que o munícipe assume a responsabilidade pelo julgamento dos erros e a responsabilidade pela correcção do rumo.
Se esta teoria correspondesse à realidade não teria qualquer dúvida em contrapor a previsão do Sr. José Carvalho com uma outra previsão. O PCP ou melhor , a CDU , seria afastada do poder autárquico em Alcochete nas próximas eleições autárquicas.
Mas infelizmente a realidade é bastante distinta .
Para o PCP de Alcochete , como aliás ficou bem patente no texto assinado por Luís Franco (Dr.) na última edição do Jornal de Alcochete , neste Concelho vive-se no «melhor dos mundos». Uma espécie de céu na terra. Um oásis no deserto. Um mundo que é apenas imperfeito naquilo que extravasa as competências autárquicas da CMA.
Trata-se de uma postura coerente com o totalitarismo autoritário que marca os ideais deste partido .
O que é preciso deixar bem claro para todos é que a eventual derrota da oposição em Alcochete , e a consequente continuidade do PCP à frente da autarquia , só poderá ficar a dever-se , caso se confirme nas próximas eleições autárquicas , a factores que nada têm a ver com uma gestão autárquica competente , mas , como é apanágio desta força politica , ao esforço diário de controlar o eleitorado , nomeadamente os inúmeros movimentos associativos existentes no Concelho , pela eleição de militantes para as respectivas direcções , e de garantir a fidelidade eleitoral dos seus membros à custa do engordar dos respectivos subsídios , como resulta evidente no Orçamento Camarário para 2009 , no qual se regista um aumento de 536,9% da despesa de capital, com entidades sem fins lucrativos.

Típico dessa forma de estar na politica é a tentativa de cercear o Alcochetanidades como fórum de discussão de questões relevantes para o Concelho do qual o referido José Carvalho tem sido um dos principais protagonistas , consubstanciada em comentários insultuosos deixados aos textos aqui publicados , e que no fundo mais não é do que uma tentativa vã de tentar anular a discussão sobre o poder em local em Alcochete , discussão que por razões óbvias nada interessa ao PC local.
A táctica do PC em Alcochete é básica e resume-se a uma frase «quem não está por nós , está contra nós e está contra o desenvolvimento... e está contra o progresso... » , no sentido de que sejam quais forem as decisões tomadas, elas têm de ser aceites incondicional e acriticamente.
O que é perigoso nesta forma puramente controleira de ganhar eleições é não promover e aprofundar as questões fundamentais que realmente interessam ao desenvolvimento do concelho e que deveriam estar na base da decisão de voto de cada um dos munícipes de Alcochete .
Tudo de se passa no âmbito do mais puro controlo da capacidade de decisão dos eleitores , à margem do conhecimento da população e sobretudo da discussão e do querer dos munícipes , do seu bem estar , da defesa do bem público e sobretudo do interesse público .
Este método de ganhar eleições é de um cacíquismo inaceitável , que urge denunciar e ser mudado sob pena de ser fácil antecipar resultados eleitorais como o faz José Carvalho no seu comentário.
Esta forma de fazer politica representa uma forma de vivência «democrática« que cerceia a capacidade de intervenção politica dos munícipes , que condiciona a sua perspectiva critica , que visa perpetuar o poder comunista no concelho , e que é própria de quem não se importa de ver os munícipes de Alcochete ao nível de cidadãos europeus de segunda , o que não é admissível num país europeu no seculo XXI e numa democracia ocidental, e que sobretudo , não é admissivel num país livre.

Como é evidente no comentário de José Carvalho , e nas mais recentes intervenções do Sr.Presidente da Câmara , a grande preocupação do PC é ganhar as eleições em Alcochete.
Da minha parte manter-me-ei fiel ao propósito que me levou a avançar com o Alcochetanidades , e que me levou a aceitar um cargo na direcção de um partido da oposição em Alcochete. Discutir e propor ideias para o Concelho , mesmo que esse propósito só por si não garanta mais votos nas urnas.

1 comentário:

  1. Sou um homem capaz de superar a minha subjectividade e pôr-me do lado de um discurso objectivamente válido.
    O que me afastou do sr. Proença foi, da parte deste militante do PSD, um certo pragmatismo ao qual jamais poderei aderir; foi uma postura face ao ambiente para mim suspeita; foi o parecer-me que, por vezes, não se olha a meios para atingir os fins. Eventualmente, poderei estar a ser, quiça, injusto, mas basta-me se considere que, pelo menos, num dos três pontos apontados, eu seja pertinente, para continuar a manter este distanciamento.
    O que não posso é, a favor da minha terra, ficar indiferente ao facto de verdadeiros homúnculos aparecerem aqui só para a destruição de um edifício discursivo de manifesta importância para esta nossa terra de Alcochete.
    Pena que o sr. Proença não seja um social-democrata entre Santana Lopes e Paulo Portas, porque se o fosse, entender-nos-íamos.

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