terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um mandato a brincar aos autarcas


Quem aceder ao site institucional da Câmara Municipal de Alcochete depara-se logo na página de abertura com a notícia em Destaque que a Câmara aprovou as Grandes Opções do Plano. No final dessa noticia existe um «atalho» http://www.cm-alcochete.pt/NR/rdonlyres/4366AC0B-3FD0-434E-B23C-9087ABA39374/0/Intro_doc_previsionais_09.pdf para um documento assinado pelo Sr. Presidente da Câmara intitulado «Enquadramento aos Documentos Provisionais de 2009».
Para além do pormenor deliciosamente classista e muito pouco comunista do (Dr.) após Luís Miguel Franco no final do documento , fiquei boquiaberto com o anúncio feito na respectiva página nº 3 , a propósito do Ordenamento do Território , que em 2009 está prevista a elaboração em 2009, entre outros, do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Município de Alcochete, a elaboração do Plano Estratégico para a Frente Ribeirinha, a elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica e a elaboração da Carta da REN.
A razão do meu espanto prende-se necessariamente com a seguinte pergunta: Então é no próprio ano em que finda o mandato que se elaboram planos estratégicos decisivos para o futuro do Concelho?
Não é necessário ser um perito em questões autárquicas mas apenas dotado de algum bom senso, para se concluir que face à proximidade do final do mandato é de todo descabido vincular os futuros protagonistas do poder local em Alcochete (independentemente de pertencerem ao mesmo partido que detém a maioria nos órgãos autárquicos) a documentos de âmbito estratégico que vão necessariamente condicionar o desenvolvimento do mandato nos próximos anos , em cuja preparação deveriam ter estado envolvidos do principio ao fim.
O bom senso impunha que fossem os novos eleitos a discutir e a preparar documentos de importância tão significativa para o concelho.
Nessa medida só posso entender o anúncio feito por Luís Miguel Franco (Dr.) como um verdadeiro exercício de «show off» politico em ano de eleições autárquicas , colocando o peso do anúncio da elaboração desses Planos acima da sua própria importância.
Num «post» assinado por mim no Praia dos Moinhos datado de 14 de Outubro de 2007 intitulado «Por um Plano Estratégico para Alcochete» http://praiadosmoinhos.blogspot.com/2007/10/o-pdm-da-oportunidade-perdida.html , denunciei a opção pela «navegação à vista» e pela pequena obra de proximidade com os munícipes (reparação da calçada, colocação de placas toponímicas, arranjo e limpeza dos espaços verdes existentes) que tem caracterizado a gestão municipal, e cujo potencial de aproveitamento político interessa rentabilizar ao máximo , em detrimento de qualquer consideração estratégica para o desenvolvimento qualificado e selectivo do concelho.
Nesse mesmo texto afirmei não conceber como realista qualquer revisão ao PDM sem antes se promover a elaboração de um conjunto de iniciativas que permitam que um instrumento administrativo tão vinculativo e decisivo ao desenvolvimento sustentado do concelho, traduza aquilo que realmente importa ao assegurar da sua qualificação e melhoria da qualidade de vida dos seus munícipes e lancei o desafio ao poder local em Alcochete : Proceda-se com urgência e antes de se aprovar qualquer proposta de revisão do PDM à elaboração séria de um PLANO ESTRATÉGICO DE ALCOCHETE.
Estávamos em Outubro de 2007. Um ano e meio depois e a poucos meses do final do mandato Luís Miguel Franco (Dr.) anuncia a elaboração de um Plano Estratégico para o Desenvolvimento de Alcochete…
Face a isto impõe-se pois uma conclusão. Foi mesmo um mandato de pura governação «à vista» e sem qualquer orientação estratégica. No fundo andaram mesmo a brincar aos autarcas!

3 comentários:

  1. A elaboração do plano estratégico para a frente ribeirinha tem uma razão de ser…. A ausência deste foi uma das principais razões da recusa de uma das candidaturas no âmbito do QREN.
    Se reparar bem nas grandes opções do plano também irá encontrar outros projectos, centro escolar da quebrada ou centro escolar de S. Francisco, que também são referentes a candidaturas ao QREN que foram recusados pela simples razão de inexistência de projecto, dos 4 pontos de avaliação dois requerem a obrigatoriedade do projecto…
    Estas são as únicas razões pelas quais as candidaturas foram recusadas, não por perseguição politica como alguns quiseram fazer parecer mas por incompetência de quem nos governa.

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  2. Oportunissima intervenção de Alto de Chafariz que finalmente trás alguma luz ao mistério em torno das verdadeiras razões do chumbo das candidaturas da CMA ao QREN. Muito obrigado pela intervenção que vem reforçar a ideia que já muitos têm , da incapacidade dos actuais titulares dos cargos autárquicos em Alcochete.
    Bem Haja.

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  3. O que é isto??????

    A Câmara Municipal de Alcochete vai votar hoje, na habitual reunião pública do executivo, uma proposta referente às entidades e personalidades a homenagear durante a Sessão Solene do 111.º aniversário da Restauração do Concelho de Alcochete. A proposta em discussão, e que só será efectiva após a sua aprovação, avança com os nomes do músico Armando Crispim e da Associação GilTeatro (Medalha da Restauração), do Centro Social de São Brás do Samouco e da Santa Casa da Misericórdia de Alcochete – Lar Barão de Samora Correia (Medalha D. Manuel I). Refira-se que o Regulamento Municipal de Insígnias e Medalhas prevê que o Município de Alcochete pode instituir com insígnias e medalhas pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras que se destaquem pelo seu contributo e empenho nas suas funções, quer no âmbito do Município quer fora dele, desde que a sua actividade seja benéfica para o mesmo e/ou para a população.(Jornal de Alcochete)

    Sem ferir susceptibilidades dos eventuais homenageados questiono-me: Será que não existem em Alcochete colectividades com história, representatitvas da verdadeira "alma" alcochetana que não foram ainda alvo desta homenagem e que MAIS um ano passam completamente despercebidas??!!
    Eu acho que existe e como verdadeiro alcochetano que sou sinto-me ofendido na minha integridade com isto.

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