Fui durante 12 anos autarca noutro concelho.
Durante esse largo período de tempo travei nos jornais locais e nos órgãos autárquicos em que desempenhei as minhas funções duríssimas batalhas contra adversários políticos comunistas , socialistas e até do CDS.
Nessas batalhas politicas visei e fui visado com palavras duras , por vezes violentas dirigidas ao politico e às politicas , legitimamente proferidas no contexto da luta politica , contexto que exige daqueles que ocupam cargos políticos o poder de encaixe necessário capaz de lhes permitir enfrentar em termos adequados as criticas , repito , por vezes violentes , a que qualquer Politico digno desse nome , tem forçosamente de sujeitar-se.
Apesar da extrema dureza que esse combate politico envolveu em determinadas fases mais exacerbadas da agenda politica , a verdade é que nenhum dos intervenientes que conheci , em qualquer partido , confundiu o ataque politico com um ataque que visasse a sua singularidade como pessoa.
Fruto do respeito por esse principio , é com enorme prazer que ainda hoje reencontro em clima de grande amizade e até de saudosismo por essas lutas do passado , antigos adversários políticos desse concelho ,tendo inclusivamente chegado a ser advogado de alguns deles ( nomeadamente de dois autarcas comunistas ) durante um período que coincidiu precisamente com essas «batalhas» politicas , sem que tal prejudicasse essa relação profissional.
Durante esse largo período de tempo travei nos jornais locais e nos órgãos autárquicos em que desempenhei as minhas funções duríssimas batalhas contra adversários políticos comunistas , socialistas e até do CDS.
Nessas batalhas politicas visei e fui visado com palavras duras , por vezes violentas dirigidas ao politico e às politicas , legitimamente proferidas no contexto da luta politica , contexto que exige daqueles que ocupam cargos políticos o poder de encaixe necessário capaz de lhes permitir enfrentar em termos adequados as criticas , repito , por vezes violentes , a que qualquer Politico digno desse nome , tem forçosamente de sujeitar-se.
Apesar da extrema dureza que esse combate politico envolveu em determinadas fases mais exacerbadas da agenda politica , a verdade é que nenhum dos intervenientes que conheci , em qualquer partido , confundiu o ataque politico com um ataque que visasse a sua singularidade como pessoa.
Fruto do respeito por esse principio , é com enorme prazer que ainda hoje reencontro em clima de grande amizade e até de saudosismo por essas lutas do passado , antigos adversários políticos desse concelho ,tendo inclusivamente chegado a ser advogado de alguns deles ( nomeadamente de dois autarcas comunistas ) durante um período que coincidiu precisamente com essas «batalhas» politicas , sem que tal prejudicasse essa relação profissional.
Vim para Alcochete por gostar da terra e por afinidades familiares.
Mas é porque GOSTO DE ALCOCHETE que intervenho politicamente , porque quero o melhor para esta terra que tanto gosto.
Foi com o espírito acima descrito que encarei a minha intervenção politica em Alcochete.
Tal opção revelou-se contudo totalmente inadequada ao contexto politico local.
Fruto de um período de quase 30 anos de poder exercido pelo mesmo partido neste concelho , Alcochete não desenvolveu um espírito de cultura democrática de tolerância que permita aos intervenientes políticos agirem no pressuposto que os ataques políticos não vão ser assumidos como ataques pessoais. O intervalo de quatro anos no exercício desse poder , ao invés de modelar no sentido positivo a cultura democrática alcochetana , parece , pelo contrário , ter acirrado a postura intolerante de quem julga ter direito genético ao poder eterno neste Concelho
Quando comecei a intervir nos Blogues , Praia dos Moinhos e Alcochetanidades , senti desde logo uma reacção desmesurada dos visados políticos , que manifestamente e de forma imprópria num contexto democrático normal , interiorizaram essas criticas como ataques pessoais.
Tal tendência exacerbou-se ainda mais quando a nova Direcção do PSD de Alcochete tomou posse em Outubro de 2008 e assumiu desde logo uma postura de oposição activa e visível ao poder instalado em Alcochete desde há décadas.
Neste últimos dias , fruto de maior visibilidade do PSD durante as Festas do Barrete Verde e das Salinas 2009 , visibilidade que teve o seu culminar com a disponibilização do Touro Mecânico que obviamente ainda chamou mais atenção para a presença laranja durante as festas , situação a que o poder comunista local estava pouco habituado , acentuaram-se as manifestações de incómodo e de nervosismo , bem evidenciadas pelo recrudescer de insultos e comentários neste blogue visando a minha pessoa e não a pessoa do politico da oposição.
Ainda há meia dúzia de dias uma alcochetana me dizia que «eu devia ser maluco e inconsciente» por fazer uma oposição tão declarada em Alcochete.
Sinceramente não a levei muito a sério , mas estou arrependido.
Na actividade politica há sempre aqueles que mais se expõem na intervenção nos jornais e nos blogues.
São os que mais dão a cara pelos respectivos partidos que mais facilmente se tornam alvo do combate politico. É absolutamente normal que assim aconteça.
Esses , mais do que os outros , devem estar preparados para perceber que tudo se passa no contexto da tal luta politica , e que atacam e são atacados como Políticos e não na singularidade das suas pessoas.
Luís Proença e Borges da Silva no caso do PSD , Luís Franco e Jorge Giro no caso da CDU.
Ontem , pelas duas da manhã , quando circulava na Rua Ruy Sousa Vinagre junto à Junta de Freguesia de Alcochete cruzei-me com um autarca comunista e candidato pela CDU nas eleições de Outubro.
Depois de me ter cruzado com ele senti um empurrão pelas costas.
Quando me tentava reequilibrar e voltar para perceber o que é que se estava a passar , o autarca comunista em causa , atingiu-me com um soco na face.
Não reagi , nem procurei desforço.
Desde há muito que aprendi que a diferença básica entre os animais e os homens reside essencialmente na nossa capacidade de gerir os nossos instintos básicos e primitivos.
Um Homem com H grande não é qualificado pela forma como usa os punhos contra adversários desprevenidos , mas sim pela superioridade que revela num contexto de adversidade quando mostra a si mesmo que ceder a instintos animalescos não é a melhor solução.
A verdade é que fui agredido fisicamente por um adversário politico.
Mais do que as lesões físicas resultantes dessa agressão , bem visíveis na foto e no sangue que manchou a camisola de campanha do PSD/Borges da Silva que trazia vestida , o que mais importa e mais interessa é a noção definitiva que adquiri que estou descontextualizado em termos políticos em Alcochete.
Aqui praticamente não há fronteira entre o conceito de adversário politico e de inimigo pessoal , conceito bem útil para quem tem o poder há quase 30 anos.
Mas mais do que estas minhas convicções interessa-me o bem estar daqueles que me são queridos e que verdadeiramente contam na minha vida , os quais têm vivido incomodados com os constantes insultos e avisos de que vou sendo alvo.
A agressão física de que fui vitima ontem tem um nome: VIOLÊNCIA POLITICA e com essa realidade eu não sei viver.
Estou em Portugal , terra em que o 25 de Abril de 1974 deveria ter sido sinónimo de tolerância e de cultura democrática.
PS: O meu muito obrigado aos bombeiros de Alcochete pela forma pronta e extremamente profissional como me assistiram depois da agressão.
Luís, como alcochetano, sou responsável pelo que te sucedeu e peço-te desculpa.
ResponderEliminarNão deixes de publicar estas minhas poucas palavras.
Senhor Professor João Marafuga.Não tem que me pedir desculpa.Em todo lado há gente boa e gente que não presta.Felizmente que no caso dos alcochetanos a esmagadora maioria é gente muito boa e amiga e o Professor está neste último grupo.
ResponderEliminarBem Haja.
Caro Luis Proênça:
ResponderEliminarli atentamente o seu artigo, ao qual reprovo vivamente a situação pela qual passou e sua família, como Alcochetano lamento.
Como é sabido tenho escrito muitos comentários tanto no Alcochetanidades e no Praidosmoinhos, ideias contrárias aos ideias que defende também o seu partido no concelho.
No entanto, o acto que V.EXª foi vítima na madrugada de hoje, foi vergunhosa, repugnante e cobarde, o senhor ao não divulgar o\os agressor (es), fico reticente com os acontecimentos.
Porque V.EXª afirma que foi um candidato ou actual que, ao serviço do candidato à autarquia, como da própria C.D.U. de Alcochete.
Estas afirmações são tão graves como os acontecimentos,reprovo a sua afirmação, entendo que possa dar geito nos próximos combates políticos, mas...
Quanto a um pedido de desculpas por parte do partido que V.EXª refere ou de qualquer candidato, discordo por várias razões.
1º-Os candidatos e o partido nada têm a ver com questões pessoais entre cidadãos.
2º-O senhor sabe que criou bastantes inimizades no concelho, onde tem tido uma postura de ataques pessoais utilizando termos menos dignos de político, quanto mais para outros políticos e para com a povo "dito comunistas".
Não será altura de rever os critérios de actuação política?
Mas espero ve-lo neste e no outro blogue colocar como sempre conjuntos de situações que considere uteis para as populações.
É claro que no meio em que todos conhecemos todos situações desagradaveis possam acontecer, pois há sempre um filho, um pai, um irmão, um primo étc, quase que me etrevo a dizer "quem anda à chuva molha-se".
Quero ao mesmo tempo deixar uma palavra de solidariedade para com o senhoe e sua família, pelos acontecimentos.
O senhor como ninguém sabe o que deve fazer em relação a este acto, doncozir em processo judicial.
Desde já um rápido restabelicimento, para que possamos divergir de ideais, que aaqui e ali com alguma picardia, mas, sempre dentro do respeito pelo cidadão Luis Proênça.
Dizer que este acto é pessoal e não politico é uma mistificação grotesca, repugnante e ofensiva .
ResponderEliminarCaro M.Saturninho:
ResponderEliminarAs suas palavras, as quais registei com agrado, por dois aspectos:
1º- Não sou nem nunca fui político, por isso ainda tenho alguma credibilidade para produzir as minhas ideias.
2º- Nunca utilizei meios para atinguir fins..
Agora diga V.EXª, acha que esta minha manifestação é grotesca, repugnante e ofensiva?
É claro que não se recorda de quando passeava a sua arrogânçia pelos corredores do poder...
Lamento que pense dessa forma da minha pessoa!
Claro que o Miguel tem toda a razão quando diz que «dizer que este acto é pessoal e não político é uma mistificação grotesca, repugnante e ofensiva».
ResponderEliminarCaro J.M:
ResponderEliminarContinuo a manifestar-me da mesma forma o meu repudio, mas não p+osso concordar com a sua forma de tratar este caso.
Caso que o tempo dirá de sua justiça.
No entanto, continuo a ter a minha opinião sobre o acontecimento, mas, não queira mistificar como grotesca, repugnante e ofensiva, as minhas palavras.
Sr. Melo,
ResponderEliminarDisse que "Não sou nem nunca fui político, por isso ainda tenho alguma credibilidade para produzir as minhas ideia"
Só é pena que não tenha nenhuma...
Depois, se afirma que só quem não é político é que pode ser credível e dizer o que pensa, sinto-me legitimado para tirar conclusões quanto à sua noção de Democracia Representativa.
Talvez uma Monarquia Comunista fosse menos aberrante, não é?
Quanto a arrogância, quem me conhece sabe que não a pratico com regularidade. Só para quem a merece.
O Manuel Pinho também podia ter feito os cornos ao "Boi"nardino Soares de um modo pessoal, não acha? Afinal, são dois cidadãos.
Boa resposta, Miguel.
ResponderEliminarSr Miguel S.
ResponderEliminarÉ pena que as ideias de V.EXª, ou seja, as poucas que tinha, fossem gastas em casos mediaticos...
No entanto, espero ver assistir ao há Monarquia comunista, como V.EXª afirma a governar por muitos bons anos no seu concelho, (nosso).
Quanto a arrogância que pratica com regularidade, Só para quem a merece.
É este a forma repugnante que as figuras do seu partido tem tratados o povo e os trabalhadores portuguêses, onde casos duvidosos são do domínio público. No entanto não quero entrar nas considerações pessoais...
Um bem hajá e fique bem
Sr Melo,
ResponderEliminarNão vale a pena vir com os fantasmas da arrogância ou dos casos mediáticos, pois nenhuma das carapuças me serve.
Se pensa que é com essas insinuações que me cala está muito enganado.
E digo-lhe mais: "dizer que este acto [agressão ao Luís Proença] é pessoal e não politico é uma mistificação grotesca, repugnante e ofensiva."