quarta-feira, 17 de junho de 2009

São João Batista e os comunistas

Uma das bandeiras mais apregoadas pelos comunistas é a da sua coerência e lealdade aos princípios originais que estiveram na base do movimento comunista e da fundação do PCUS e das respectivas filiais internacionais.
O Partido Comunista Português , partido a que pertence Luís Franco (Dr.) e a maioria que tem (des)governado os destinos de Alcochete , gosta de se assumir como um dos últimos bastiões europeus da ortodoxia comunista made in URSS.
O Manifesto Comunista (originalmente designado por Manifesto do Partido Comunista) foi publicado pela primeira vez há 161 anos, a 21 de Fevereiro de 1848, na Alemanha. Escrito por Friedrich Engels e Karl Marx, este documento explana o programa e o propósito da então Liga Comunista, ocupando um lugar de enorme relevo na história do pensamento político comunista. Pode ser considerado, ainda hoje, a melhor introdução ao estudo do pensamento de Marx, elucidando os conceitos fundamentais de propriedade, luta de classes, do socialismo científico, e da conquista do poder pelo proletariado, princípios rigidamente seguidos pelo PCP.

No capítulo II desse manifesto podemos ler o seguinte:
«Sem dúvida - dir-se-á - as ideias religiosas, morais, filosóficas, políticas, jurídicas, etc., modificaram-se no decurso do processo histórico. Mas a religião, a moral, a filosofia, a política, o direito mantiveram-se sempre através dessas transformações.
Existem, além disso, verdades eternas, tais como a liberdade, a justiça, etc., que são comuns a todos regimes sociais. Mas o comunismo quer abolir estas verdades eternas, quer abolir a religião e a moral, em vez de dar-lhes uma forma nova, e isso contradiz todo o processo histórico anterior.»
A que se reduz esta acusação? A história de todas as sociedades que existiram até hoje era feita de antagonismos de classes, de antagonismos que revestem formas diversas nas diferentes épocas.
Mas que qualquer que tenha sido a forma destes antagonismos, a exploração de uma parte da sociedade pela outra é um facto comum a todos os séculos anteriores. Por conseguinte, não é de espantar que a consciência social de todos os séculos, a despeito de toda a variedade e de toda a diversidade, se tenha movido sempre dentro de certas formas comuns, dentro de umas formas - formas de consciência - que só desaparecerão completamente com o desaparecimento definitivo dos antagonismos de classes.
A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade tradicionais, portanto, não há nada de estranho em que no decurso do seu desenvolvimento rompa da maneira mais radical com as ideias tradicionais.»

Perante isto , como poderemos então interpretar a «colagem» do Partido Comunista às tradições locais , mormente as tradições de índole religiosa?
Esta pergunta assume particular pertinência quando , uma vez mais nos preparamos , para assistir àquele que considero o paradigma máximo da hipocrisia politica , e que se traduz na habitual participação dos dirigentes comunistas de Alcochete , maxime o Presidente da Câmara de Alcochete e respectivos camaradas , na tradicional procissão de São João , evento religioso de longa tradição na nossa Vila.

A resposta só pode ser uma:
HIPOCRISIA , FALTA DE COERÊNCIA E RESPEITO PELOS PRINCIPIOS POLITICOS DO RESPECTIVO PARTIDO , OPORTUNISMO E SOBRETUDO UMA ENORME FALTA DE RESPEITO POR QUEM EFECTIVAMENTE VIVE NA PLENITUDE OS VALORES RELIGIOSOS INERENTES A ESTES EVENTOS.

2 comentários:

  1. Mas o problema atroz é que parece não ser só os comunistas que se preparam para sacar dividendos políticos à expressão pública da Fé Cristã que é em Alcochete a procissão de São João Baptista.
    Eu recomendo que estejamos todos muito atentos e que depois denunciemos à população o abuso destes políticos que não passam de miseráveis e abjectos caciques.

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  2. Luís, para os comunistas a luta pela revolução até acima do respeito deles por eles próprios, pelo outro e pelo respectivo partido.

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