quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Alcochete Cidade da Imagem ou uma oportunidade histórica

Foi com bastante interesse que li uma notícia publicada no Jornal de Alcochete intitulada «ALCOCHETE PODE SER A CIDADE DA IMAGEM».
A peça jornalística em questão dá conta do interesse de uma conhecida produtora nacional de telenovelas em instalar no nosso concelho uma mega infraestrutura logística destinada à produção televisiva , num investimento que poderá ascender a cerca de cinquenta milhões de euros. Segundo aquela noticia , um dos factores que poderá influenciar uma decisão final sobre a instalação dessa Cidade da Imagem em Alcochete é a localização geográfica do concelho , as respectivas acessibilidades e a proximidade às futuras infra-estruturas aeroportuárias e ferroviárias.
Não sei se quem leu o referido artigo percebeu o alcance e a importância que a eventual escolha de Alcochete para instalar essa «Cidade da Imagem» pode ter no futuro sustentado do concelho.
Eu não faço por menos e afirmo.
AUTARCAS DE ALCOCHETE: AGARREM ESSA OPORTUNIDADE COM UNHAS E DENTES.
Efectivamente , o mundo da cultura , da comunicação e da criatividade podem ter um papel preponderante na construção de uma nova dinâmica social em Alcochete.
Os ramos de actividade emergentes directa ou indirectamente relacionados com a produção de audiovisuais e comunicação assentam em valores com elevado potencial de gerar riqueza como o são indubitavelmente a inovação , a propriedade industrial , o marketing e a internacionalização.
A noticia publicada no Jornal de Alcochete reforça a minha ideia de que seria uma oportunidade de ouro para implementar uma estratégia municipal que transformasse Alcochete num cluster de indústrias criativas na margem sul do Tejo , tornando-o numa espécie de «município criativo» , que certamente atrairia para o seu território agentes artísticos de referência , os gurus da reabilitação urbana , instituições científicas e universitárias , actores económicos e empresariais das artes , da arquitectura , do urbanismo , da comunicação , do design , da multimédia , da moda e do estilismo.
Só para o leitor ter uma ideia , em Portugal as actividades criativas contribuíram com 1,4% do PIB no ano de 2003 , valor que corresponde a 6.358 milhões de euros , o que atira o sector para o terceiro lugar no ranking dos sectores contributivos para o PIB português.
A oportunidade que um investimento dessa natureza traria para o concelho de Alcochete teria reflexos directos numa melhoria na posição competitiva e sustentável da economia municipal por via da presença no seu território do sector especifico da criatividade.
Fortes competências e actividades relacionadas com os sectores criativos garantem novos produtos e serviços ligados ao sector e uma mais valia em massa critica deslocada para o concelho.
Finalmente , um investimento dessa natureza ao atrair novas dinâmicas , pessoas e negócios contribuiria decisivamente para redefinir as funções urbanas , económicas e sociais do espaço literalmente deserto do centro histórico de Alcochete , espaço que como se sabe tem vindo a perder a sua identidade e vocação original.
As indústrias criativas fazem apelo e recurso à cultura e história dos lugares , beneficiam dos fluxos interculturais e promovem e transformam o seu património simbólico e imaginário.
Resta saber se a Câmara Municipal de Alcochete já percebeu a oportunidade que lhe está a passar à frente do nariz. Perdê-la seria perder uma oportunidade histórica para Alcochete.

2 comentários:

  1. Meus caros,
    Devemos encarar este problema de forma séria, honesta e sobretudo previligiando as populações que representamos. De facto, não vale a pena "tapar o sol com a peneira", o presente ano denota dificuldades nunca antes sentidas e que requer capacidade intelectual, inteligência e estratégia para minimizar o impacto negativista que se irá abater sobre nós.
    Para Alcochete, estão previstos vários investimentos, e não estou somente a falar do novo aeroporto, há que ter capacidade de negociação, de sensibilização para que tais investimentos privados e públicos, possam trazer mais valias para todos os portugueses em geral, mas perdoem-me a franqueza, em particular para o povo de Alcochete.
    Se ficarmos estagnados no nosso canto, o que por vezes é mais fácil, limitarmo-nos a criticar o governo, ou como muitos dizem, o Poder Central, então meus amigos nada feito!!!
    Temos de levantar as mangas da camisa, erguer bem alto a cabeça e lutarmos apenas por um objectivo comum a toda a população de Alcochete - o seu bem estar!
    E isso reflecte-se em melhor educação, emprego estável, espaços verdes condignos, desenvolvimento sustentado e construção harmoniosa e não desenfreada como acontece actualmente porque assim estamos a pactuar com a especulação.
    Mas não ficamos por aqui, naturalmente que muito mais existe para fazer, hajam oportunidades de novas ideias, novos projectos, novas pessoas poderem aparecer a trabalhar por esta terra, considerada "uma pérola do tejo".

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  2. Concordo 100% com o Fernando. Se o executivo camarário continuar a esperar sentado pelas oportunidades o mais provável é todas elas passarem ao largo... Há que tentar agarrá-las com mãos de aço!

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