Neste último fim de semana , enquanto passeava a pé pelo Rossio na companhia de um amigo arquitecto paisagista radicado na Bélgica , comentávamos o contraste entre o aspecto semi-desértico deste espaço privilegiado bem no centro de Alcochete com o Freeport de onde tinhamos saído à pouco , e que fervilhava de vida.
Comentávamos que a única imagem que a maior parte daqueles visitantes do Freeport levariam da sua vinda ao Concelho de Alcochete seria a imagem daquele espaço comercial....sem que lhes tenha sequer vindo à ideia , ou assomado à vontade , percorrer os escassos 500 metros que separam aquela zona comercial da nossa vila , que a pouco e pouco se vai transformando num súburbio esquecido daquela mega estrutura comercial.
Luis Franco (Dr.) , o comunista que preside aos destinos de Alcochete e que quer continuar a presidir gosta de afirmar que Alcochete está na moda...Pois , até pode ser , mas por todos os motivos e mais alguns , menos por Alcochete em si mesmo...
Mas voltando ao nosso passeio pelo Rossio , não posso deixar de partilhar com os visitantes do Alcochetanidades , a enorme admiração do meu amigo arquitecto perante o total desaproveitamento do enorme potencial contemplativo gerado pelo enquadramento paisagistico daquela zona belissima da nossa vila.
Fazendo eco das suas palavras , o Rossio reúne condições excepcionais para ser um espaço de aglutinação , com forte identidade e presença , cuja requalificação poderia contribuir positivamente para a revitalização do núcleo antigo de Alcochete.
Era necessário , e reproduzindo as suas palavras , garantir um conjunto de soluções que admitissem ocupações flexíveis e renováveis no espaço e no tempo,tanto para os usos quotidianos como para os pontuais , sem perda de uma leitura contínua daquele espaço.
A sua visão de arquitecto idealizou imediatamente para aquele espaço novos alinhamentos de árvores privilegiando soluções preferencialmente naturais com vista à regulação e estabilização das condições de conforto na utilização do mesmo , face às caracteristicas físicas e climáticas do local , algo ventoso durante grande parte do ano.
Para além das soluções naturais o meu amigo desenhou mentalmente uma fonte visitável a funcionar em circuito fechado , com jactos de água dinâmicos e iluminação própria , bem como o reforço da iluminação com a instalação de colunas de projectores ,para além da mais uma esplanada de apoio e a qualificação do mobiliário urbano de apoio , nomeadamente com parques para bicicletas.
Da mesma forma idealizou a articulação dessa área com as diferentes áreas e percursos urbanos da Vila , sempre segundo as suas palavras , numa lógica aberta e contínua , designadamente com o núcleo antigo da mesma.
Com muita pena minha a sua divagação foi súbitamente interrompida por uma pergunta bastante pragmática.
Porque é que ainda ninguém se preocupara em valorizar conveniente aquele espaço tornando-o elemento de atracção e aglutinação de locais e de visitantes?
Perante esta pergunta , sorri e encolhi os ombros. Nesse instante o meu olhar fixava de forma desalentada um cartaz da CDU...
Se ao menos o sonho comandasse a vida...
Haverá para o Rossio de Alcochete melhores soluções, mas estas têm que ser vistas à luz da Alcochetanidade!
ResponderEliminarO Rossio e não só... infelizmente.
ResponderEliminar