«Na última edição do semanário «Jornal do Montijo», Jorge Giro – da bancada comunista na Assembleia Municipal de Alcochete – subscreve um artigo de opinião que, provavelmente, será tema da campanha autárquica e poderá ter sérias consequências eleitorais para o seu partido.
Segundo a tese do deputado Giro, insensato fundamentalista da alcochetanidade, uma vez que o concelho de Alcochete é, entre os 278 municípios do Continente, o 12.º em desenvolvimento económico e social, os novos moradores deveriam abster-se de qualquer intervenção política porque se se radicaram aqui foi devido à boa qualidade de vida e ao bem-estar proporcionado... pelos autarcas da CDU!
Desde que, em 2000, escutara uma idosa autarca comunista (entretanto falecida) a bramar, junto aos Paços do Concelho, contra os novos moradores porque gastavam a água dos alcochetanos e respiravam o ar dos alcochetanos, que seja do meu conhecimento nenhum outro comunista na órbita do poder autárquico recomendara que a melhor forma de os cidadãos ajudarem o concelho era fazerem como até aqui: alhearem-se.
É conveniente recordar aos distraídos que, na última década, ocorreu uma explosão populacional provavelmente única na história de Alcochete, duplicando o número de eleitores inscritos. E, analisando mesa-a-mesa os resultados nas recentes eleições europeias, principalmente naquelas em que votaram os novos moradores os comunistas obtiveram piores resultados.
Por estas e por outras, o deputado Giro preconiza que os novos moradores – principalmente os de centro/direita – se abstenham de intervir politicamente na vida local e se mantenham "ao largo". Por extensão, se se abstiverem de votar melhor ainda. Basta continuarem a pagar, quietos e calados, que tudo correrá às mil maravilhas!Se os recém-chegados se mantiverem distantes dos assuntos locais, sobreviverão os feudos partidários e o caciquismo reinantes há décadas.
É reprovável que o deputado Giro, detentor de um cargo de representação política, lance o anátema do desenraizamento sobre metade dos eleitores, fomentando o desinteresse e o distanciamento da sua participação na vida cívica.Foi assim que se construiu este novo dormitório do séc. XXI.
Porque, por mera conveniência política de alguns, metade dos eleitores continuam a ser considerados "estrangeiros".Todavia, o alheamento dos cidadãos em relação à vida local tem custos incalculáveis.
Isolamento individual, debilidade associativa, insegurança, má gestão do território, ganância, especulação e pressão fiscal improdutiva são consequências facilmente perceptíveis. Mas existem muitos outros problemas em que só os mais atentos reparam e a maioria descobrirá quando já não houver remédio: mistificação, opacidade, insolência, caciquismo e chico-espertismo.
Os eleitos representam os cidadãos. O poder supremo é inalienável em democracia e pertence a todos os cidadãos, sem excepções. Se o povo virar as costas ao poder este tende a tornar-se autocrático e antidemocrático.O deputado Giro invoca um invisível interesse colectivo e com desfaçatez julga poder influenciar cada residente a ser um adulador ignorante e estúpido.Oxalá a maioria dos cidadãos desperte do torpor e, a 11 de Outubro, dê nas urnas a resposta merecida pelo deputado Giro por escrever um texto abjecto, com o qual presta um mau serviço ao partido, a Alcochete e à comunidade.»
Fonseca Bastos - Praia dos Moinhos 01 de Agosto de 2009
A propósito do evidente fundamentalismo da alcochetanidade que bem refere Fonseca Bastos , já ontem alguém me dizia num conhecido café do centro da vila , que por este andar Jorge Giro vai passar a ser conhecido pelo «Taliban» de Alcochete.
ResponderEliminarO Sr. Giro não sabe o que faz, nao sabe o que diz, nem tão pouco sabe o que é o comunismo.
ResponderEliminarComo é que um comunista convicto, defensor dos trabalhadores Portugues, contra o trabalho precario.
E é ele proprio o causador de trabalho precario, ja que e empresário de trabalho temporário, da que pensar.
Bem eu tiro uma conclusão só e comunista em Alcochete, porque lhe da jeito...