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Entre propostas inócuas de moção sobre acessibilidades , e o anúncio da eventual aprovação de projectos turísticos de grandes dimensões para zonas sensíveis do Concelho como a Praia dos Moinhos , e na ausência de dados sobre os fluxos turísticos em Alcochete , a politica camarária em matéria de Turismo resume-se ao foguetório habitual em relação à participação do município na BTL – bolsa de Turismo de Lisboa, pretexto habitual para mais umas fotos do Presidente da Câmara nos jornais locais.
Também na área do Turismo , Luís Franco e a CDU gerem a Câmara segundo modelos completamente ultrapassados , próprios da forma como se geria uma autarquia há 20 anos atrás , privilegiando a medida avulso e desenquadrada de qualquer ideia estratégica para o Concelho.
Já aqui falei por diversas vezes daquilo que apelidei da «navegação à vista» que caracterizou esta mandato , sendo absolutamente confrangedor o facto de se ousar reivindicar mais e melhores acessibilidades , ou pensar em aprovar projectos turísticos de grandes dimensões , sem se ter aproveitado o mandato para elaborar um Plano Estratégico para o Desenvolvimento de Alcochete , um Plano Estratégico para a Frente Ribeirinha , uma Avaliação Ambiental Estratégica , e um Plano de Mobilidade Sustentável.
Seja porque não há competência para tal , ou porque falta vontade politica a Luís Franco e à sua equipa , a verdade é que Alcochete , ao contrário da quase totalidade das Câmaras Municipais do Distrito de Setúbal , muitas delas de maioria comunista , continua sem dispor de instrumentos estratégicos sem os quais hoje em dia é impensável sequer pensar em avançar com determinadas opções nas diversas áreas da gestão de uma autarquia.
No fundo o que Luís Franco e a CDU estão a tentar fazer de forma atabalhoada e avulsa, é tentar construir a casa pelo telhado , sem fundações ou pilares , e sem sequer saber que materiais usar e que forma é que a casa vai ter , contrariando todas as recomendações em matéria daquilo que se designa de desenvolvimento sustentável.
Em matéria de Turismo sucede exactamente a mesma coisa , não havendo sequer em esboço um Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo em Alcochete que , articuladamente com um Plano para a Frente Ribeirinha e um Plano de Mobilidade , enforme sustentadamente os projectos de grandes dimensões que se anunciam na comunicação social para o Concelho.
Resumindo , Alcochete apresenta nesta matéria um atraso de uma década em relação à maioria dos concelhos do Distrito de Setúbal e do país.
Ora , como todos nós sabemos , o território do Concelho de Alcochete detém recursos naturais de elevada riqueza ambiental que proporcionam características geomorfológicas e paisagísticas únicas , que impõem toda a cautela na forma como se aborda o eventual licenciamento e promoção de projectos para o seu espaço ribeirinho , ou seja , qualquer que seja a ideia de desenvolvimento sustentado que se planeie para o concelho deve ter em conta uma estrutura ecológica bem definida por instrumentos de gestão que lamentavelmente ainda nem sequer existem.
Chegado a este ponto do texto , penso que vale a pena chamar a atenção para a função turística dos rios , já que é notório que em vários concelhos do pais , ela tem vindo a registar um incremento muito interessante.
O turismo fluvial é consequência directa da redescoberta da água urbana e tem vindo a ocupar uma fatia do mercado cada vez mais significativa como resposta alternativa ao turismo de massas e aos destinos congestionados.
A água do rio representa um recurso de excelência no que se refere à valorização da identidade local como é notório em Alcochete , mas também pode constituir , se devidamente abordada , uma oportunidade preciosa para o desenvolvimento de Alcochete em relação a vários aspectos entre os quais claro está o turismo e os tempos livres.
As características excepcionais em termos de recursos naturais existentes no Concelho de Alcochete atribuem-lhe um grau de diferenciação e de imagem bastante significativos.
A existência de uma base importante de recursos naturais suportada pelo Rio Tejo permite concluir que existe massa critica de recursos que pode possibilitar uma oferta de um turismo fluvial de qualidade , transformando Alcochete num destino apetecível todo o ano , muito para além da mera visita ao Freeport , que é hoje , infelizmente , uma das poucas razões que atraem visitantes ao território do Concelho.
É claro que para tal será decisivo um Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo em Alcochete e a criação de uma estrutura organizacional que , em coordenação com a Vereação com o pelouro do Turismo , incentive , gira e monitorize a implementação das propostas definidas nesse instrumento , mas cuja elaboração , transcende a capacidade e a competência do actual executivo CDU.
Sem querer massacrar mais o leitor deste texto , não posso deixar de adiantar , antes de encerrar este assunto que qualquer Plano nesta matéria para Alcochete deve ter em conta os seguintes eixos prioritários:
Imagem: Desenvolvimento ao nível da concepção da imagem do Destino Alcochete;
Promoção: Desenvolvimento em coordenação com a Região de Turismo da Costa Azul de materiais promocionais relativos a equipamentos e eventos na área do turismo em Alcochete;
Informação Estatística: Identificação e Caracterização dos visitantes, grau de satisfação , expectativas relativas à oferta disponibilizada;
Centros de Informação: É inconcebível que não haja um Centro de Informação Turística e de Recepção ao Visitante no Freeport , que «desvie» parte dos fluxos que ali se deslocam para visitarem pontos de interesse da nossa vila e do concelho.
Sinalização: Criação de um Plano de Sinalização que encaminhe os visitantes para os pontos mais relevantes do concelho em termos turísticos.
Investimento: Desenvolvimento de uma estratégia de captação de investimento para projectos de interesse para o Concelho definidos no âmbito do Plano.
Formação: Promoção de acções de formação e qualificação de recursos humanos em torno de produtos e acções na área do turismo.
Como se pode constatar pela leitura deste texto , também nesta área está tudo por fazer em Alcochete , sendo legitimo afirmar:
Ao fim de 30 anos de poder comunista em Alcochete também nada se fez em matéria de valorização turística do potencial deste Concelho.
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